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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Reflexões pré internação

"Já aprendi não olhar para trás e confiar no meu caminho a partir daqui. 
Mesmo que a estrada  seja perigosa e tão incerta... não me diga que chegou no fim!
Sou refém de uma simples decisão, que dilacera o coração.

Use seu coração como uma lança, pois um dia terá orgulho de dizer que lutou!
Preserve o que você avista, conserve o que você gosta, não seja pessimista se não a vida encosta.
Não seja um egoísta, não erre com quem se importa, não abaixe a cabeça se o não for a resposta."
Dr. Caligari (part. Terra Preta) - Não me diga que chegou no fim


Certas coisas na vida só aprendemos com a dor. Claro que o amor também ensina... o amor constrói! Mas, as vezes, precisamos desconstruir para entender melhor e assim aprendi muitas coisas no período pré internação para operar.

Sem conseguir subir minha rua sem ficar ofegante, sem conseguir me alimentar direito e perdendo 15kg, não conseguindo entender direito o que viria pela frente e precisando ficar (ou ao menos me mostrar) firme em casa, passei por volta de um mês de muita reflexão. 

Afinal, por que nos desgastamos tanto em trabalhos que não nos reconhecem? Por que afirmar que "preciso de todo meu salário (e muito mais)" se grande parte, para alguns, é só para suprir necessidades superficiais como festas, consumo desenfreado, vícios etc? Todos temos sim que nos divertir... é o mínimo. Trabalhar para viver e não viver para trabalhar. Porém, quando se perde quase tudo e volta-se a depender dos familiares aos vinte e quatro anos de idade, percebemos que nossa qualidade de vida deve estar acima de tudo.

Claro que é fácil falar isso agora e entendo a real necessidade de alguns. Porém adotei a ideologia de me colocar acima de coisas como trabalho e obrigações. Temos que nos amar e se tiver que escolher um emprego com uma remuneração menor, mas mais recompensador e saudável, escolha! Dinheiro é ótimo e esse papo de que ele não trás felicidade é balela. Ele trás sim. Mas com toda certeza, ele ajuda, mas não compra saúde nem amor. E na minha humilde opinião, a balança esta toda para o amor e saúde...

As vezes me via quase caindo na depressão. Com vinte e poucos anos, sem poupança, sem carro, sem casa própria... totalmente alheio ao padrão esperado e que tanto lutei para estar. Quem nasce pobre tem que vir com gana, pois já estamos em desvantagem. A vida não é corrida, nem campeonato... mas temos que trilhar nossa história e sem condições básicas fica muito mais difícil. Batalhei muito para não me enquadrar no padrão assalariado-infeliz e não permanecer na inércia do "está bom assim, não vou arriscar".

Graças ao apoio dos meus pais, pude me dedicar aos estudos. E tenho plena certeza que o que muda uma nação é a educação. Tive que correr atrás de uma bolsa para conseguir me graduar. Para me especializar fora do Brasil, também. Fui muito abençoado e me orgulho da minha dedicação. De certa forma acredita que poderia conseguir o que quisesse se mantivesse a gana de vencer. Mas... e agora?

Como seria se meu tumor espalhasse? Como encarar as férias forçadas, logo no momento que me sentia no auge? E se algo desse errado, como ficaria minha mãe? Minha família? Nunca a palavra morte passou pela minha cabeça como uma possibilidade real. E realmente não consigo responder essas dúvidas. Dias era otimista, dias pessimista. Mas botei na cabeça que só as coisas boas sairiam da minha boca. Lei da atração... eu queria viver! E quem luta por isso sabe que tudo mais parece pequeno.

Fui muito incentivado por familiares, amigos, namorada, conhecidos... Recebi uma força incrível e esse apoio me fortaleceu muito. Tinha a certeza que Deus estava do meu lado e comecei a contagem regressiva para internar, logo após confirmarem que seria dia 25/03/2012.

Era a hora da verdade. Nada mais importava, apenas que a operação fosse bem sucedida e o tumor totalmente retirado sem se espalhar. Não pensava na dor, não pensava nos cuidados pós operatório... só queria vida nova!

Dentre as pessoas que conversei antes de internar, alguns receios surgiram. Muitos irão contar casos de pessoas que o médico abriu e simplesmente fechou, devido a extensão do tumor. Vão lhe contar casos de falecidos, de erros médicos... tudo! Por favor, filtrem toda e qualquer coisa que possa lhe perturbar.
Num momento desse, precisamos estar focados. 

Em momento algum me questionei "Por que eu, Deus?". Assumi esse processo como uma missão. Longe de ser um mártir. Queria apenas viver e, dali pra frente, ser exemplo para outros jovens que passarem por um momento tão delicado. Não por achar bonito... mas por sentir falta de alguém nessa posição para me ajudar, alguém que tenha passado por isso e me contasse tudo.

Na verdade tive dois exemplos próximos, que me trouxeram luz e esperança. Guilherme do Segue-me e Rebeca. O primeiro, enfrentou essa barra aos dez anos. Leucemia, se não me engano, e diversas sessões de Quimioterapia. Mas o tratamento mudou muito e o meu seria diferente... precisava entender pelo que passaria. Só que mesmo com uma doença diferença, sua história me dava força. Já a Rebeca teve um tumor no cérebro e uma cirurgia hiper arriscada era necessária. Lembro-me de quando raspou a cabeça e seu namorado, meu grande amigo Rodrigo -que na época tinha cabelo longo; também raspou. Foi emocionante... e gratificante demais o resultado. Mesmo distante, torci muito por ela e mais pra frente contarei a emoção no dia em que ela me visitou no hospital. Embora tenham sido fundamentais pela força que me deram, faltava alguém que tivesse passado exatamente pelo mesmo problema.

Recentemente, com o blog, também pude conhecer a história da, agora, minha prima Débora. São pessoas que a história me trás a certeza que tudo é possível. E guardar minha história seria egoísmo também. Alguém... alguém que esteja passando por isso irá conhecer esse endereço, essa história. E talvez uma semelhança, uma palavra ou uma música ajude essa pessoa a se fortificar para enfrentar sua batalha. Quero ver vencedores, vida nova a nós!

Pós blog já tive contatos, relatos e histórias que fizeram valer a pena contar minha luta. Tenho planos para juntar esses anjos que passaram na minha vida e fazer acontecer algumas coisas como visitas aos enfermos e ajuda em equipamentos que o SUS não cobre, como a cinta pós operatória que minha namorada me comprou e muitos não tinham condição. Se quisermos uma mudança no mundo, temos que ser essa mudança. Estou cada dia mais firme nessa idéia e conto com vocês!

Hoje apenas relatei as dúvidas e angústias que vivi nesse período. No próximo texto contarei como foi ficar internado, a operação e seus resultados. Mais uma vez, obrigado pela força que vocês vem dado... se os textos demoram a sair, não se preocupem que não abandonei o blog. É que os textos tem que partir da alma, tem que vir a vontade e a inspiração juntas. Escrever por escrever eu nem teria começado.


Dr. Caligari (part. Terra Preta) - Não me diga que chegou no fim

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Diagnóstico e aceitação

"Mil pensamentos diferentes na cabeça, tentando me controlar fico cada vez mais confuso.
Vejo o sangue do inimigo derramado, nesse solo a minha vida é um livro e não tem páginas. Caminho atenciosamente pois eu sei que ali na frente eu posso me afogar nas minhas próprias lágrimas...
Eu dobro meus joelhos, olhando para as estrelas me concentro nessa minha oração e somente essa música expressa o que se passa pelo ritmo que esta meu coração.

Preciso ser maior que o cansaço pois eu vivo dia-a-dia nessa terra de gigantes, por mais que alcance essas metas, nunca se chega tão longe o bastante. O meu destino é tão distante, mas eu não caminhei o bastante durante a noite... eu vivo em guerra constante, por isso que eu sigo avante, levante e cante: A guerra é um bom sinal!"
Terra Preta (part. Projota) - A guerra


Mal se iniciou 2012 e eu já sentia algo diferente. Passei o reveillon na praia e parecia que o mar me dizia algo. Estava com meus queridos Caerê, Juliana, Fê, Tata e, claro, minha namorada Mizinha. Durante nossa oração conjunta, não conseguia dizer nada... apenas chorar e agradecer por eles estarem comigo. E eu nem tinha feito o exame ainda!

Já expliquei como foi o exame no primeiro post. Realizei a colono dia 02/02/2012 e peguei o resultado algumas semanas depois. Precisava levar o diagnóstico no gastroenterologista (responsável especializado em estômago e intestino) que o pediu. Porém, na hora de marcar a consulta, o médico só estaria disponível um mês depois.

Minha mãe, como uma leoa defendendo sua cria, causou uma grande discussão, alegando meu estado e urgência de resolver logo meu caso. Deus estava traçando minha trajetória aí, pois conseguimos marcar para a mesma semana com o Dr. Rafael (ex Cartão Cristão, hoje trabalha no HC de São Paulo).

A princípio a consulta começou mal. Tomamos um sermão do Dr., que dizia não ser ético abrir exames de outro médico e que ele não deveria atender meu caso. Porém sua indignação era com o convênio que marcou a consulta e não necessariamente com nós. Mas sua fisionomia e tom mudou quando abriu o exame.

Resultado: Grande lesão elevada circunferencial na flexura hepática. E a biópsia acusou: Andenocarcinoma invasivo ulcerado no Cólon. Na hora não entendi nada, inclusive um dia antes tinha dado uma espiada no exame mas não havia entendido.

"-Você esta com um tumor maligno. É câncer no intestino"

A frase parecia não ter sentido, entretanto minha mãe já desabava em choro no colo de nossa amiga e sempre presente Ana. Tentei manter a postura e continuei escutando as recomendações. Eu precisaria operar rapidamente e teria que buscar um hospital. Quem mora na Zona Leste deve conhecer o hospital Iva, Vila Alpina até mesmo o Ipiranga. Hospitais esse que já me acolheram em outros casos mais simples e que tive dor de cabeça para resolve-los. Falta investimento, equipamento, médicos... e a culpa todos sabemos de quem é, aliás as eleições se aproximam, não é?

Enfim, por alguns segundos fiquei realmente preocupado de onde ficaria. Eis que o Dr., mais um anjo nesse meu caminho, disse ter amigos no Hospital Ipiranga e no Beneficência Portuguesa de São Paulo. Não tivemos dúvidas em pedir para entrar em contato com a equipe da segunda opção, pois meu tio Zé já havia operado do coração por lá e disse ter sido muito bem tratado.

O médico anotou nossos telefones, nos mandou para casa e disse que entraria em contato assim que conseguisse falar com seus amigos.

Ainda lembro do abraço triplo que demos ao sair da sala de consulta e lembro ter enxugado muitas lágrimas da minha mãe, segurando as minhas para não deixa-la pior. Durante todo caminho foi assim. E a Aninha tentando acalma-la e me consolar ao mesmo tempo. Pois bem, me mantive forte e até hoje, em nenhum momento, perguntei a Deus "por que eu?". Aceitei meu destino e me segurei. Porém nenhuma força do mundo seria possível de evitar as lágrimas que soltei, ao contar para minha namorada a notícia.

Enquanto minha mãe e a Ana desceram em casa, fui direto para casa da Mizinha contar-lhe todos os detalhes. E nesse momento chorei. Como criança, como pequeno... Tive medo da reação dela, do nosso futuro ser abalado, do meu próprio futuro. Porém, foi o momento que eu precisava chorar. Depois dali, minhas lágrimas demoraram um pouco para cair. Positividade foi o lema, pois eu sabia que se me entregasse, minhas chances cairiam muito.

Nesse meio tempo tivemos a notícia que a casa em que morávamos tinha sido vendida e que precisaríamos mudar em breve. Mais um choque... morei lá desde que nasci. E não era um momento propício para nos concentrar em outra coisa.

Pois bem, chegado meu aniversário, dia 13 de março, comecei a sentir a força da amizade. Já acordei ganhando uma bela cesta de café da manhã, primeiro presente da namorada. Muitas ligações, mensagens, emails... tudo me nutrindo e confortando. A noite, um pequeno bolo para quem compareceu e a certeza de que eu, minha mãe e minha avó (Dona Norma) não estaríamos sozinhos nessa.

Começo do meu dia. Não poderia ser melhor, Mizinha! 

Tiago Xisto, Mizinha, Caerê e Ju. Alguns dos meus mais preciosos anjos. 

Avó Norma e Mãe-leoa Dona Fátima

Voltando ao dia da notícia, recebemos a ligação do Dr. Rafael e, para nossa felicidade, ele conseguiu nos encaminhar para a equipe PROGASTRO. Precisei pagar uma consulta no valor de R$300,00 e passei com dois doutores marcantes na minha vida: Dra. Carina Fernandez e Dr. Tiago Szego. Apesar de parecer salgado, o valor foi o melhor investimento que já fiz para minha saúde. Dias antes uma grande amiga, Tânia, havia me recomendado orar para que meus anjos fossem encontrar os anjos dos médicos que me atenderiam... e de fato creio que isso aconteceu.

Os dois me tiraram todas as dúvidas, explicaram e tranquilizaram. Disseram que não é algo que se escolhe, mas se pudessem escolheriam um tumor nesse exato lugar que eu tinha, pois era mais fácil tratar e se curar plenamente. Foram verdadeiros anjos, me dando uma força tremenda e sei que sempre serei grato por isso.

Foi encaminhado, então, meu pedido de internação pelo SUS, pois é nosso direito de cidadão e já comecei a aguardar ansiosamente para resolver tudo.

Por hoje fico por aqui. Ainda tenho muito o que falar sobre meus amigos/anjos, família, operação, quimioterapia e congelamento de sêmen. Mas cada coisa a seu tempo.

Obrigado pela incentivo nos comentários e nas redes sociais. Como costumo dizer, sua força é minha força!


* A quem possa interessar, segue os contatos da clínica PROGASTRO:
Rua Martiniano de Carvalho, 927 - Bela Vista - São Paulo
Fone/faz: (11) 3287-1007 / 3251-3822 / 3251-3043
Email: pro-gastro@bol.com.br


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Prólogo

Todo começo é difícil e com um blog não seria diferente. Não que eu não tenha vivência na internet, mas o tema é delicado. Expor meus pesares não é algo que estava nos planos. Mas como disse minha prima-irmã-meiomãe Patrícia, eu não poderia deixar de ajudar os outros... seja com alguma informação, com meu relato ou mesmo em uma troca de emails, que deixei público para os interessados em conversar sobre o câncer e como lidar com tudo que a doença envolve. Não sou um especialista, mas não apenas li sobre... eu vivo isso. 

Vou dividir toda história em várias postagens. No atual momento, já conclui um dos três ciclos de Quimioterapia, mas irei escrever sobre todo processo: da notícia à operação e tratamento.

Em um ano minha vida mudou muito. Em todos sentidos. Em junho de 2011 estava me formando na faculdade. Toda correria para o TCC, trabalho entregue com louvores, elogios, criticas e muita satisfação em ter feito tudo da melhor maneira possível, juntamente com todo grupo Calibre. E junto com todo esse momento, a expectativa da primeira viagem internacional: Juntamente com um colega de grupo, Tadeu Zvir, ganhamos uma bolsa para estudar no exterior. Que alegria e que ansiedade também, pois embarcaríamos logo em seguida de pegar o diploma, em Julho/2011. Até aí era apenas um mix de boas novidades.

A imagem de fundo do blog foi tirada durante a viagem. Foi no Cabo da Roca, Lisboa. Fomos lá para estudar, mas a maior bagagem não encontramos em livros e aulas. Neste lugar, o ponto mais ocidental da Europa, me senti mais próximo de Deus. Hoje talvez não tenha uma religião definida, mas independente de como queiram chamar, eu sinto muito forte a presença divina em minha vida. Lá pude perceber sua perfeição, borrando o horizonte, misturando o mar e o céu. Foi um momento marcante.

Até então, só coisas boas. Não tenho o que reclamar, ao contrário, só agradecer. Mas esses dois grandes momentos se juntaram com outros e transformaram o período de 365 dias no ano mais agitado e marcante da minha vida.

Durante a viagem, um grande amigo, Tiago Xisto, nos ofereceu vaga em uma agência e assim que voltamos já começos a trabalhar. Foi ótimo para equilibrar as finanças, mas comecei já cansado. "Tudo bem", pensava,  preciso disso. 

Paralelo a isso, meus pais estavam em processo de separação. Claro que, com 23 anos, isso seria mais fácil de lidar do que mais novo. Porém, não existe idade para sentir saudade e com a maturidade não podemos ignorar atitudes, se posicionando. Até hoje não entendo direito o que levou meu pai a se distanciar tão repentinamente e escolher outra família. Ele, Bonny, foi embora para outra cidade e temos contato casualmente, entre uma mensagem ou outra nas redes sociais, sms ou entre suas únicas duas visitas em um ano. Entendo sua dificuldade financeira, mas no momento que mais precisei, o senti ausente. E minha mãe, dona Fátima, virou meu pai também... se tornando uma grande guerreira!

Pois bem, lamentos a parte, voltemos ao que interessa. Segui trabalhando na agência, os meses foram se passando e algo começou a mudar: comecei a passar mal constantemente. Febre, vômito, diarréia, fraqueza... a princípio fui medicado apenas por conta de uma anemia forte. Depois, com a continuidade dos sintomas, tomei remédios para virose e mais um monte de doenças que foram sendo descartadas. E continuava mal. Graças a um médico do convênio popular que temos, Cartão Cristão, foi pedido um exame mais aprofundado: Colonoscopia.

Foi um choque. Infelizmente me encontro numa cultura um tanto machista, onde tal exame é veemente repudiado. E não é um julgamento social, digo por eu mesmo, que me questionei muito antes de aceitar realizar a colono. Mas me encontrava num estado tão mal, que decidi encarar qualquer coisa que pudesse solucionar meu problema. 

Eu subia a rua de casa e já me cansava demais. Não tinha mais pique pra nada e as faltas no emprego eram constantes. Já não sabia mais o que dizer e estava prestes a pedir as contas, quando em Dezembro/2011 os sócios decidiram fechar a agência. Fiquei triste pelo futuro que eles poderiam ter perdido, mas de certa forma aliviado por não fugir do compromisso e então ter um tempo para me cuidar.

Final de ano é muito complicado depender de saúde pública e até mesmo privada, sendo que meu exame consegui realizar somente em Janeiro/2011. Antes, em Dezembro, passei muito mal e fui a Santa Casa. Quase me operaram por apendicite (?!), mas no fim tomei apenas um soro com analgésico e ficaram de me avaliar, era só marcar a consulta. Pois bem, para passar com o clínico geral a espera era de três meses. Com um gastro (responsável por cuidar de todo sistema digestório) a espera era de um ANO.  Sorte minha ter o pequeno convênio a qual sou muito grato, pois sempre atenderam com carinho e respeito.

Como já disse, em Janeiro/2011 realizei o exame. Para quem vai realiza-lo também, fica algumas dicas: fique tranquilo. O exame é indolor. Assim que cheguei ao local, fui direcionado a uma sala, onde troquei a parte de baixo da minha roupa por um roupão de hospital, tomei um líquido para dormir e apenas deitei de lado. O resto foi um segredo, pois só me lembro hora que acordei, já vestido e sentado em uma cadeira. Apesar de algumas piadinhas de mal gosto e do inevitável constrangimento ao contar, sou grato a medicina, pois sem esse exame meu quadro poderia ter se agravado muito.

Por hora creio que já escrevi muito. Já dei um quadro geral da minha situação naquele momento e no próximo post conto os detalhes do resultado, como enfrentamos a notícia, a importância da minha namorda, Marina, e de todos meus amigos, agora anjos na minha vida.

Deixo uma música que foi minha trilha sonora durante esse período até a operação. Sua letra diz muito, me deu forças e até hoje me emociono ouvindo. Como diz a letra: "Não tente entender, só sinta..."


Rashid (part. Flora Mattos) - Que assim seja